Agricultura de Subsistência – O que é ?
Agricultura de Subsistência
A agricultura de subsistência tem como principal objectivo a produção de alimentos para garantir a sobrevivência do agricultor, da sua família e da comunidade em que está inserido. Visa em primeiro lugar, suprir as necessidades alimentares das famílias rurais.
Agricultura de Subsistência – Num abrir e fechar de olhos
Esta vertente de produção é desenvolvida, normalmente, em pequenas propriedades (minifúndios) e com mão de obra de famílias camponesas ou por comunidades rurais.
É marcada pela utilização de métodos tradicionais de cultivo, com pouco (ou nenhum) recurso tecnológico, baixa produção, cultivo de géneros alimentícios – arroz, mandioca, feijão, batata, milho, hortaliças, frutas, etc. –, em que o excedente é trocado por outros produtos ou comercializado.
Os objectos usados durante o cultivo são o arado de tracção animal, enxada, machado, foice, adubo natural, etc.
Uma das principais vantagens da agricultura de subsistência é a qualidade dos produtos, visto que não são utilizados agro tóxicos, conservantes, nem produtos químicos, proporcionado, assim, alimentos muito mais saudáveis.
A agricultura de subsistência é uma agricultura familiar?
Apesar de parecerem conceitos semelhantes, existe uma diferença entre a agricultura familiar e a agricultura de subsistência.
Na agricultura de subsistência, o objectivo principal não passa pela obtenção de lucro, enquanto na agricultura familiar pode haver a preocupação em fazer negócio com as produções obtidas.
Assim, a agricultura de subsistência é sempre uma agricultura familiar, na medida em que o agricultor produz, sem fins lucrativos, alimentos para si e para a sua família, mas a agricultura familiar nem sempre pode ser considerada uma agricultura de subsistência, uma vez que pode existir uma preocupação com a geração de lucro para o produtor.
Principais formas da agricultura de subsistência
Como principais formas de agricultura de subsistência, podem ser destacadas:
- A agricultura itinerante – neste tipo de agricultura, a principal característica é a queima ou derrubada de plantações, com o objectivo de aumentar as áreas das terras que deveriam ser cultivadas. Apresenta como principal desvantagem o fato de tornar o solo pobre, pois os nutrientes presentes são também exterminados juntamente com as queimadas.
- A agricultura de jardinagem – apesar do nome lembrar o cultivo de um jardim, a agricultura de jardinagem é, na verdade, desenvolvida em terras onde a fertilidade é renovada pelas moções. Esse tipo de agricultura é desenvolvido em solos que não ficam inundados com as águas das chuvas abundantes. Neste tipo de agricultura, o agricultor constrói camadas ao longo das encostas dos montes, favorecendo a diminuição do processo de erosão e facilitando uma maior quantidade de absorção de água pelo solo.
Princípios e características da agricultura sustentável
A agricultura sustentável assenta a sua prática em diversos princípios e tem determinadas características :
- Diminuição de adubos químicos, através da técnica da fixação biológica de nitrogénio.
- Uso de técnicas em que não ocorram a poluição do ar, do solo e da água.
- Prática da agricultura biológica, pois esta não utiliza pesticidas e adubos químicos.
- Criação e uso de sistemas de captação de águas das chuvas para ser utilizada na irrigação.
- Não destruição de florestas e matas para a ampliação de áreas agrícolas.
- Uso racional ou, quando possível, eliminação dos pesticidas. Pesticidas ilegais não devem ser usados em hipótese alguma, pois além de contaminar o solo podem prejudicar a saúde de consumidores e funcionários que manipulam estes produtos. Há casos de morte em função do uso de pesticidas ilegais.
- Uso da agroenergia, que são fontes de energia geradas no campo como, por exemplo, biocombustíveis (biodiesel, biogás, etanol e outros derivados de restos da produção e biomasssa). A preferência deve ser sempre pelo uso de fontes de energia limpa e renovável, evitando ao máximo o uso de combustíveis fósseis (gasolina e diesel).
- Adopção do Sistema de Plantio Directo, que preserva a capacidade produtiva do solo. Este sistema baseia-se em não arar o solo antes do plantio, cobrir o solo com folhagens secas e fazer a rotação de cultura.
- Valorização da agricultura familiar que gera trabalho e renda às famílias rurais, possibilitando suas permanências no campo.
Em conclusão :
Se, desde tempos imemoriais tal forma de cultivo de alimentos foi a chave do desenvolvimento do indivíduo e um passo ao progresso da civilização, hoje, as questões em torno da agricultura de subsistência são diferentes e certamente mais complexas. Relaciona-se a esta a questão da preservação racional do terreno utilizado, no que fica eternizado nas teorias conservacionistas como desenvolvimento sustentável, ou seja, a utilização racional e não danosa dos recursos naturais, permitindo que estes continuem disponíveis infinitamente.
Ao mesmo tempo, ao lado das preocupações conservacionistas, está a questão da produção e aproveitamento racional do terreno, que, ao invés de privilegiar géneros de maior lucro, irá propiciar a outros que se beneficiem por meio da troca, servindo assim a agricultura de subsistência como fonte segura de abastecimento alimentar de comunidades mais necessitadas.
Fontes e textos:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/agricultura-subsistencia.htm
http://enxada.com/artigos/agricultura-subsist-ncia-cultivar-para-comer
http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/agricultura_sustentavel.htm
Comentários